quinta-feira, 16 de junho de 2011

Era uma vez uma menina careca...

Esses dias li um blog, indicado por uma amiga, de uma menina que raspou a cabeça e resolveu dividir a sensação com as pessoas e registrar o ocorrido. Sem querer imitá-la, mas já imitando, hoje eu também escreverei sobre isso.
Não é a primeira vez que surto e resolvo passar a máquina na cabeça, a primeira vez, há mais de 2 anos, foi incrível. Passei a ver e sentir o mundo de outra maneira, pois os sentidos ficam mais aflorados, o vento, o sol, a água quente ou fria, você sente tudo com mais intensidade. Quando falo isso para minhas amigas elas acham que é balela, mas só quem já fez essa loucura sabe qual é a sensação.
O mais engraçado é a reação das pessoas na rua e até mesmo dos amigos, alguns falam: “Nossa que diferente!”, quando sem dúvidas o que gostariam de falar é: “Nossa que estranho ou que feio!” Tem MUITA gente que me olha com pena, pois eu já sou meio pálida por natureza e ainda apareço de cabeça raspada, de certo pensam que estou fazendo quimioterapia, que tenho alguma doença grave. Um dia saí sem blusa de frio e depois deu aquela esfriada cruel, quando cheguei no ponto de ônibus uma garota me disse ... “Nossa, se eu estou com frio imagine você” por que imagine eu? Por que eu deveria sentir mais frio que ela? Em seguida ela me deu o lugar dela para eu sentar, eu agradeci e achei melhor nem questionar. Cada um que tire sua própria conclusão, doente, pensem o que quiserem.
Sempre gostei de ter os cabelos curtos e nunca tive problemas com mudanças, já pintei de várias cores, já cortei de tudo quanto é jeito. Mas a melhor parte de toda essa história é o meu marido fofo. Pedi toda receosa para ele raspar minha cabeça, já achando que ele ia dizer que eu era louca, pois acreditem que ele raspou e passou o resto do dia me olhando e se acabando em elogios. Ele lembrou que quando nos conhecemos fazia pouco tempo que eu havia raspado o cabelo, já estava crescendo, mas ainda com aquele tipinho de cabelo raspado, meio espetado. Acho que isso ajudou a dar uma renovada na relação! Bom, não é mesmo!?! Rs
Mudar é sempre bom, renova os ânimos, mexe com a autoestima e isso acaba se refletindo em todas as áreas da vida.

Mas, por favor, não deixem de reparar que eu tenho um redemoinho que não abaixa por nada! kkkkk 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Rainha do Drama

Pensa numa pessoa dramática, agora multiplica por 11, o resultado dessa equação é: Antonia Escajadillo, minha filha!
Sempre passamos por situações engraçadas com ela, de chegar da escola pulando numa perna só, pois o micro raladinho no joelho não a permitia apoiar a perna no chão, de chorar escandalosamente quando algum coleguinha tromba com ela ou sem querer pisa em seu pé. Até aí normal, achava que ela era uma menininha sensível, pois quando você olha para ela é essa conclusão que se chega, uma menina doce, meiga e sensível, ela realmente parece uma boneca (e não é por ser minha filha que escrevo isso). Mas hoje cheguei a conclusão de que isso é um dom, ela tem um dom deliciosamente insuportável de dramatizar as coisas e faz isso com maestria. 
Não é exagero, juro! Vou contar duas histórias que lhe farão entender o porque.

Um dia estávamos brincando na sala de corre, pega, pula, essas coisas que criança gosta, já percebendo que as coisas poderiam perder o controle usei uma frase que sempre ouvi da minha mãe para dar fim à farra: “Chega porque essa brincadeira vai dar choro!” Muito obediente ela parou na hora, mas eu, adepta convicta da coisa mal feita, ameacei pegá-la mais uma vez, ao correr ela tropeçou nos próprios pés e caiu de boca em uma mesa de vidro cheia de galinhas que tenho na sala (sim, eu coleciono galinhas de todos os tipos e quem me conhece já as viu), quando levantei a menina, já cheia de culpa, vi sangue escorrendo de sua boca, os gritos eram ensurdecedores e as galinhas estavam espalhadas por toda a sala.
Quanto mais eu tentava tirar a mão dela da frente para ver o que tinha acontecido, mais ela gritava e chorava, quem é mãe deve imaginar o desespero que eu fiquei, quando já estava decidida a colocá-la no carro e sair em busca de ajuda, postinho, hospital, farmácia, qualquer coisa, resolvi pegar uma gaze para limpar o sangramento a força e vi que era apenas um corte pequeno no lábio.
Ela não havia perdido nenhum dente, nem arrancado um pedaço da lingua fora, não aconteceu nada que merecesse tamanho chororô, era apenas um corte. Limpei e fui com ela até o espelho, quando ela viu que não tinha nada começou a rir. Claro que fiquei aliviada, pois podia ter sido algo bem pior, mas com certeza ela ainda levou uma bronca pela dramatização do fato.

A outra, e acredito que pior de todas, aconteceu ontem a noite. Com a cabeça enfestada de piolhos, a menina não parava de se coçar. Passei vinagre, mas no dia seguinte encheu novamente, seguindo as orientações de minha mãe e minha irmã, fui à farmácia e comprei uma loção. Chegando em casa li várias vezes a bula e segui corretamente o passo a passo, mas quando eu joguei o remédio na cabeça da criança ela começou a reclamar, cada vez com mais intensidade, enfiei ela em baixo do chuveiro para tirar o remédio, mas ela se colocou a gritar e se coçar muito, o corpo dela foi ficando vermelho e vermelho e ela gritando cada vez mais desesperada, já não sabia mais se o vermelhão era de irritação ou era de tanto que ela se batia e se esfregava. A enxuguei, coloquei no carro e fomos para o hospital, e ela no banco de trás gritando e se debatendo.
No meio do caminho lembrei que a Antonia é dramática e comecei a acalmá-la dizendo que quanto mais ela gritasse mais ia doer, pedi para que sempre que doesse ela respirasse fundo que a dor ia diminuir, pasmem, funcionou. Ela foi se acalmando, mas insistiu que queria ir ao hospital, mesmo eu dizendo que o médico daria uma injeção (chantagem materna). Quando chegamos na porta do pronto socorro, que ela viu uma fila de gente sangrando, vomitando, aquela coisa de PS público, ela me parou e disse: “Mamãe, se a gente for pra casa você me dá um remédinho para aliviar a dor e uma maçã?”.
Voltamos para casa e ela só comeu a maçã e dormiu.

Agora eu JÁ aprendi, minha filha é a rainha do drama!!!


 
Essa é a minha princesa dramática!rs

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um aperto no peito, daqueles de tristeza forte.


Hoje quero dividir com vocês um pouco das histórias que viví com um senhor chamado Horácio Cogo, o meu avô.
Tenho muitas lembranças bacanas do meu avô, dentre elas a imagem dele com uma máquina fotográfica a me esperar no portão do colégio no ultimo dia de aula do ano ... íamos para a casa dele e voltávamos só na véspera do reinicio do ano letivo. Minha avó preparava lanchinhos e o meu avô ia dirigindo seu Del Rei esverdeado a 80km/h, enquanto ambos tentavam nos distrair para tornar a viagem menos penosa.
As férias eram inesquecíveis, chegando a Birigui, cidade onde viviam, íamos ao mercado e o vovô dizia: “Podem pegar tudo o que quiserem”  mas como hesitávamos ele colocava no carrinho sucrilhos, danone de todos tipos, chocolates e bolachas, coisas que em casa eram meio raras.
Numa das “manhãs festivas” íamos para a banca e lá ele pegava revistinhas cadernos e lápis coloridos para que fizéssemos desenhos e a tarde, enquanto ele assistia o Jornal Hoje sentado no sofá, minha irmã cortava e lixava as unhas das mãos e dos pés e eu penteava e fingia cortar os cabelos lisos e grisalhos do avô mais querido. Íamos ao zoológico, ao clube, chupávamos sorvete, comíamos pizza, e nos dias mais divertidos púnhamos abaixo o guarda-roupa dele para montar uma lojinha ... era só colocar preço em tudo e espalhar em sessões pelo chão. Era o máximo!!!
Grande parte das minhas memórias de infância e adolescência incluem o Sr. Horácio, segundo minha mãe ele foi um pai muito severo, mas o avô era o mais doce e atencioso possível. Lembro que quando eu tinha dificuldades nas aulas de História do Brasil, ligava para ele e ele me explicava tudo pelo telefone, uma vez me contou que assistiu o comício do Jânio Quadros e chegou a cantar a musiquinha pelo telefone: “Varre, varre vassourinha...”. Lembro da voz forte na hora de dar uma bronca e do riso discreto quando o entregávamos um desenho ou uma cartinha.
Hoje, as conversas são bem mais curtas, a voz já não é tão forte e por causa do Parkinson a dicção já não é a mesma. A comida é batida e muitas vezes é preciso alimentá-lo por sonda, os passeios são raros e só para convencê-lo e coloca-lo no carro se vão horas e junto dele vão muitos remédios, fraldas, travesseiro, troca de roupa e o andador (amigo inseparável).
Além do Mal de Parkinson, já passou por uma diverticulite e um câncer na próstata, mas hoje recebo a notícia de que mais uma vez ele está internado ... o coração já não é mais o mesmo, a pneumonia já o atinge pela segunda ou terceira vez e o rim não está querendo trabalhar direito. Mas o pior de tudo é que ele está TOTALMENTE lúcido, ele tem plena noção de tudo que está acontecendo e se sente culpado pelo “trabalho” que tem dado para todos.
Uma tristeza enorme toma conta de mim, o que devo esperar? O que devo pedir a Deus em minhas orações? Devo ser egoísta ao ponto de pedir que não o tire de nós ou devo pedir para que o leve logo e o tire desse sofrimento?
Na verdade peço apenas que faça o melhor para ele, mesmo que isso não seja o melhor para mim.
Te amo vô e posso dizer com toda certeza que você é, e sempre será, o melhor avô do mundo!!!


Aí está meu vozinho já meio doente, com seu andador. Na foto estão minha avó (Eude), meu tio (Junior) meu avô (Horácio) e minha mãe (Gisele).


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Boicotaram minha prevenção

Estava eu feliz da vida por não me culpar mais pelo fato de esquecer de tomar as malditas “pilulazinhas de evitar neném” e por não precisar usar camisinha (o que convenhamos que é um porre) quando recebo a triste notícia de que o remédio injetável que eu estava tomando há uma ano não está mais sendo fabricado.
Meu mundo caiu (com o perdão do dramalhão) aquela injeção dolorida, porém divina, que eu tomava a cada três meses e que mudou a minha vida foi tirada do mercado. Depois que comecei a aplicá-la, gratuitamente no posto de saúde, não tive mais cólica e nem menstruação, sim pasmem, já tem anos que não menstruo, mas não sei porque cargas d’agua fizeram isso comigo. Agora me toca caçar outro método contraceptivo que PARA MIM seja tão eficaz quanto a tal Depoprovera.
Não adianta, não consigo tomar pílulas todos os dias, tabelinha sem chance, pois sou super-desregrada, DIU nem pensar, conheço um monte de gente que engravidou usando o dito cujo. Estou aceitando sugestões. Preciso marcar uma consulta com a minha ginecologista para pedir uma luz, mas assim como o dentista e o oculista, vou adiando em função do restante da família. É incrível como depois que a gente vira mãe vai se deixando por ultimo, não é? Bom, mas isso eu tenho que resolver rápido, porque tudo o que eu não quero é aumentar, ainda mais, a taxa de natalidade lá de casa.

Aceito dicas e sugestões, ok?!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Coleções


Quero começar meu “desabafo” falando de coleções, vejo minha mãe colecionando sapatos, uma amiga colecionando postais e uma outra potinhos de todos os tipos, de margarina, geléia, sorvete e tantos outros que você jogaria fora ela seria capaz de retirar de seu lixo dizendo: “mas dá pra fazer um montão de coisas com um potinho desses!”
 Vai entender essa mania feminina de se apossar das coisas e não deixa-las partirem. Eu coleciono expectativas e espero ansiosamente que alguém do outro lado, nesse momento, diga: “EU TAMBÉM!!!”
Crio expectativas para tudo, às vezes chego a visualizar cenas e espero agoniada que as coisas aconteçam exatamente como eu previ. No dia do meu aniversário acordo esperando o dia perfeito, que todos olhem para mim na rua e me parabenizem, que minha avó me ligue na 1ª hora da manhã e cante parabéns ao telefone, como faz desde que eu me entendo por gente, que meu marido me faça uma linda surpresa e que grite ao mundo o quanto eu sou especial para ele. Mas tudo acontece bem diferente, aparece um puta “pepino” no trabalho, minha vó não consegue me encontrar o dia todo e o marido ... xiiii ... ele é homem ... mal se lembra do meu aniversário e dá um beijinho na hora de dormir! (E vamos combinar que homem tem Pós – doutorado na arte de acabar com as expectativas da gente, não é?!?! )E lá se vão todas as minhas expectativas de ter um dia perfeito .
Mas sabe o que é o pior de tudo isso? É que eu sofro MUITO, me contorço por dentro de raiva. Porque o filho-da-puta não fez o que eu esperava, mas em seguida vem outra (simmm outra expectativa) “Certeza que ele fez isso para me surpreender, amanhã ele vai me acordar com um lindo café na cama e uma declaração de derreter qualquer mulher.” E mais uma vez caio do cavalo (ou da cama) acordo 6 da manhã com raiva do despertador, troco as crianças correndo para escola, porém com aquele fiozinho de esperança de que ele levante e se ofereça para levar as crianças para a escola.
Passaria dias escrevendo histórias bizarras sobre minhas expectativas, elas me consomem e muitas vezes nem eu mesma consigo satisfazê-las. Dia desses dividi essa agonia com uma amiga no trabalho e a resposta dela foi bastante sensata: “Crie o menor numero de expectativas possível com relação aos homens, não espere nada, assim você não se frustra e o pouco que ele fizer será lucro.” AARRRGGGHHH!!! Tentei, juro, mas definitivamente não consigo.
Espero que ele me ligue dizendo que vai atrasar, que ele se ofereça para fazer o almoço para mim, que ele me peça em casamento ... pois é ... estamos ha anos morando juntos, temos filhos, cachorro e peixinhos e até hoje eu não fui pedida em casamento, mas isso não seria problema nenhum, conheço muita gente que vive assim, uma coisa vai levando a outra e quando você vê já está dividindo o mesmo teto, não seria, isso se eu não fosse uma grande e tola colecionadora de expectativas!!!